Era
dia. Um dia lindíssimo, por sinal. A luz do sol batia diretamente em
meus olhos me fazendo acreditar que este seria um dia diferenciado. E
como intuição feminina não falha – ou pelo menos a minha nunca
havia falhado – aquela não foi só mais uma manhã cotidiana de
sábado.
Fui
caminhar cedo na praia como não fazia há tempos, sentir aquela
brisa do mar me revigorava. O sol já estava por esquentar quando
juntei minhas coisas e logo que saí da areia, ainda no calçadão,
meus olhos encontraram olhos conhecidos.
Tremi
por dentro, mas fingi normalidade. Limpava a areia dos pés enquanto
pensava em como deveria agir ao levantar o rosto e dar de cara com
ele ali. Justamente onde costumávamos nos encontrar. E quando
o olhei, continuava a me olhar fixamente e foi inevitável,
paralisei.
Oh
Deus! Fazia tanto tempo e aqueles olhos ainda podiam dizer tanto a
mim. Olhavam-me torturando fazendo imaginar como seria se caso ainda
estivéssemos juntos. Frio, calor, tensão. Suava enquanto aqueles
olhos penetravam os meus. Mas era tarde, tarde demais para pensar em
uma história que tinha tudo pra dar certo, mas não deu. Logo
avistei uma mulher com uma criança nos braços se aproximar e ele
sorrir. Ao ver isso, voltei a solo terrestre e parei de vagar em
recordações.
Olhei-o
por uma última vez, me virei e jurei nunca mais pensar em nós com
saudade. E assim prossegui minha vida, como vinha fazendo todo este
tempo desde que partiu.
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