segunda-feira, 2 de setembro de 2013

AQUELA DORZINHA

Cá estou, mais pra lá que pra cá, entre sorrisos e lágrimas, sobrevivendo a cada dia. Hoje acordei com aquela dorzinha no coração, sabe? Essa aí mesmo que você tá pensando. Dorzinha que você costumava cuidar, e bom, ela era apenas uma dorzinha. Mas quando você se foi, se tornou um incômodo... Doía tanto que eu mal podia fingir um sorriso para aquela velhinha que dizia “bom dia minha filha” às 7h da manhã no ponto de ônibus.

Até parar de comer eu tinha parado, havia virado uma verdadeira caveira. E isso tudo por causa dessa dorzinha que insistia em permanecer e não passar jamais. Vivia zangada com a vida, mau humor era quase meu sobrenome. Já não saía com amigas e muito menos me dava ao luxo de conhecer pessoas novas. Meu ciclo sociável tinha se tornado eu, e... Eu.

Nem meu cachorro me aguentava mais. Era chegar em casa e ouvir o tilintar das chaves em minhas mãos que Bobby corria pra de baixo do sofá e só saía quando ia me deitar. Pois é, eu estava só.

Fui levando a vida assim até o dia em que resolvi sentar na minha cadeira que eu tanto gostava – e nem mais conhecia direito – de frente pro computador. Acessei o facebook e percebi que a vida continuava seguindo lá fora enquanto eu permanecia trancada aqui dentro. Tinham muitas notificações, mas as datas só condiziam há meses atrás. Ou seja, desistiram de tentar manter contato com alguém que havia se privado disso.

Minhas amigas fizeram novas amigas e se divertiam como costumávamos fazer toda sexta à noite depois do trabalho. E você... Bom, você prosseguiu com um sorriso no rosto. Poderia ter tido uma dorzinha também, mas pelo que percebi estava muito ocupado cuidando da dorzinha de outro alguém.

E eu? Eu me dei conta de que a vida não iria parar para que eu pudesse catar todos os pedacinhos que haviam se destroçado no chão depois de um término. Ainda que fosse de tanto tempo juntos. Me levantei daquela cadeira com um ânimo novo, era como renascer. Ver a vida tão bonita lá fora, esperando ter minha alegria de volta era como um pedido de recomeço. Um laço que eu só poderia fazer comigo mesma. Então resolvi tomar o melhor remédio que poderia sarar minha dor: A vida!

Hoje eu não deixo dorzinha alguma acabar com meu humor ou me fazer ficar em casa numa sexta à noite, a não ser que seja para uma festinha entre amigas. Bobby espera ansioso minha volta pra casa e quando chego é uma alegria sem fim. Mas o melhor de tudo foi entender que eu não posso colocar minha cura na mão de ninguém, eu saro por conta própria.

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