domingo, 28 de janeiro de 2018

HOJE EU NÃO VOU BEBER

Hoje eu não vou beber.

A ressaca invadia minha cabeça, fazendo chacoalhar tudo em mim e eu só pensava no fato de não conseguir pensar em nada.
Não conseguia pensar que algo faltava nas noites, essas que insistiam ser longas sem a tua presença.

Ai! A dor na cabeça agora passava para o estômago. E eu não conseguia pensar nas infinitas pontadas que senti na barriga por sentir tanto e você tão pouco. Definitivamente não vou beber hoje.

Não pensei também em como nossos dias eram calorosamente bons e como nossos corpos se reencontravam até de olhos fechados no escuro. O sono pela noite anterior era imenso e certamente hoje não é dia para se beber.
Ouvi de relance Frank Sinatra, Janis Joplin e Amy Winehouse e adivinha? Sequer consegui fazer menção àquela odiosa e desgraçadamente boa playlist que havia feito pra nós.

E olha, bebi tanto que nem consegui lembrar de você com outra. Mas pela manhã vomitei tudo e junto vomitei as lembranças suas que haviam em mim.

E agora, 
analisando, 
já me sinto sóbria pra lembrar de tudo outra vez.

Hoje eu vou beber!

   

domingo, 7 de janeiro de 2018

AQUELA FOTO

Entrei no facebook dele. Analisei bem aquela foto e me perguntei o por quê de me chamar tanta atenção. Nada fiz. Saí de lá. 

Dias depois, voltei a acessar sua página. E assim foi por uns 3 ou 4 dias seguidos, e eu não entendia o que me fazia voltar lá. Não tínhamos qualquer contato, o que eu sabia dele era o pouco que qualquer um poderia saber.

Mas aquela foto... Nossa, como me chamava atenção! Click. Pedi solicitação de amizade. Depois de anos em que havíamos tido o mínimo de contato possível, lá estava eu, adicionando-o sem qualquer pretensão. Mas é que aquela foto... Ah...

Depois dessa solicitação passou basicamente um ano ou mais sem qualquer contato, até nos depararmos com uma série a qual eu assistia e ele já tinha assistido. Trocamos algumas palavras durante alguns meses. Diz ele que havia demonstrado interesse, eu nunca percebi. E se percebi, não levei fé. Não nele, não com todas as pré impressões que havia do mesmo.

Meses se passaram. Aquela série, que viraria minha preferida, havia nos dado uma brecha. E nós haviamos nos dado uma chance. 

Séries, músicas, humor ácido. Tínhamos muito mais em comum que imaginávamos. Deixamos pessoas pelo caminho e nos agarramos ao que éramos um para o outro. Nos percebemos literalmente sintonizados, falávamos sobre coisas iguais num mesmo minuto, comíamos a mesma comida em casas diferentes, ouvíamos a mesma música e claro: pensávamos na mesma pessoa: eu nele e ele em mim. Pois nessa altura do campeonato já havíamos virado um.

Queríamos manter tudo aquilo entre nós, tínhamos medo de mostrar todo o nosso sentimento ao mundo e sermos respondidos com olhos maiores do que deveriam, mas nosso amor era tão imenso que ele próprio se sustentava. E nós não fazíamos questão de manter-lhe aprisionado em nós mesmos, era tanto, que sentíamos nossos corações baterem numa mesma música. E tudo isso havia iniciado por aquela foto...

Vivemos todos os sentimentos do mundo de uma só vez, era como se ainda que pessoas tivessem passado por nossos caminhos, havíamos vivido todo esse tempo esperando um pelo outro. Os dias juntos eram poucos e os minutos longe eternos. Queríamos toda a vida pra nós. E se houvessem outras, que pudéssemos nos encontrar mais rápido que nessa. E viver tudo de novo outra vez.

Mas todo esse amor deu lugar à saudade. E hoje, ao clicar em sua página, me deparei com a mesma foto de anos atrás. Aquela a qual ainda tanto me chama atenção, só que agora com motivos diferentes. Antes era o mistério. E agora, com ele desvendado, a saudade é de tudo que pude descobrir sobre ele e me redescobrir ao lado dele.

Ah, aquela foto... Click. Saí. Só que dessa vez foi muito mais que rede social.